segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Eu não sei voar, eu não sei mais nada

O dia começou cedo, acordamos por volta das 6:45 pra irmos pro Roblealto. Um acampamento para primeiros e segundos anos que acontece todo ano. Não vou falar sobre as atividades, porque vai que algum futuro firstie do UWCCR esteja lendo. O acampamento foi, sei lá, normal. Os segundos anos que estavam de camp leaders foram ótimos e fizeram um ótimo trabalho, mas as atividades eram meio repetidas, visto que sempre tinham que tratar das seis competências. A grande quantidade de reflexões forçou um pouco. As melhores coisas foram o show e um momento de reflexão individual, que ajudou muito a colocar meus pensamentos no lugar. Foi um tanto engraçado pensar em como, no acampamento, eu queria voltar pro campus, como se fosse minha casa.
No dia seguinte, já de volta ao colégio, tivemos uma pequena "simulação" de terremoto, já que eles são um tanto quanto comuns aqui na Costa Rica. Ano passado foram dois. Logo após fui com um pessoal até o Multi Plaza, um shopping no meio do caminho entre Santa Ana e San José. De noite, rolou o primeiro Residence Meeting. Ele é um momento onde todo mundo de cada residência se junta pra discutir sobre assuntos do colégio, da residência ou apenas compartilhar algo da cultura. O primeiro meeting foi organizado pelo JD (Juan Diego), meu coordenador de residência e professor de Math Studies e Maths SL, mas geralmente é um dos quartos que organiza. 
Acordei cedo porque tínhamos um tour por San José (capital de Costa Rica). Coloquei o despertador dez minutos depois do que eu iria acordar, já que não estava muito afim de ir. Me vesti devagar e fui em passos lentos até o estacionamento, na esperança de perder a saída do grupo. Não perdi. San José não é exatamente bonita. Mas a mistura duma cidade grande emergindo e a cultura tradicional tica (adjetivo para costarriquenha) me deixava um tanto quanto curioso. Não estava no melhor dos humores e uma dor de estômago monstruosa me acompanhava desde que cheguei do acampamento, então não foi exatamente uma visita agradável.
No dia seguinte, de manhã, rolou um workshop sobre sustentabilidade. Preferi dormir. O almoço desse dia foi diferente, rolou um "churrasco" com todo staff e alunos. De tarde aconteceu o anual Inter-residencial Championship, uma competição de basquete, futebol, fotografia e artes entre as sete residências. Apesar de ser alto, brasileiro e fazer Visual Arts HL, não participei nem de basquete, futebol ou artes. Fui na atividade de fotografia, que na verdade era uma "caça ao tesouro" onde tínhamos que tirar fotos de certos desafios, objetos ou situações. A pontuação final do campeonato só vamos receber em um negócio chamado Community Meeting que eu não faço ideia do que seja. Já de noite, resolvi ir no Estribos com a Amy (Canadá), mas tava bem mortinho e eu, Sheree (Kenya) e Maia (Barbados) voltamos pro colégio no taxi mais fuleiro que já rodou as estradas costarriquenhas.
Sábado e domingo não aconteceu nada demais.
Hoje foi meu primeiro dia de aula. O dia letivo vai das 7:30 até 13:15. Esse horário é dividido em seis blocos de 50 minutos e dois intervalos de 15 minutos. Meus dois primeiros blocos de segunda são livres, ou seja, posso dormir até as 9:10. Só que hoje rolou mais uma palestra do Dave/David (não sei como chamar ele) sobre os schedules (horários de aula) e sobre a política de faltas não justificadas nas aulas. Comecei com dois blocos de Psychology HL. A professora chama Natalie e também é coordenadora de El Coco, uma das residências femininas. Eu acho que gosto dela, apesar de ser meio robótica e jogar informação nos alunos. Em seguida, foram dois blocos de Visual Arts HL. O professor chama Juan Pa. Gosto bastante dele. Ah! Na terça, recebi um email do David falando que eu não podia fazer Psychology e English B HL porque eles estavam no mesmo bloco. Fiquei bem puto porque eram umas das matérias que eu mais queria fazer. Tive que trocar English B HL por Español B HL. Durante a semana fiquei refletindo sobre o Self-taught e o John (diretor de admissões e conselheiro universitário) disse que, se eu quisesse aplicar pruma faculdade estadunidense, eu tinha que fazer Inglês como matéria. Moral da história: troquei  Self-taught por English Language & Literature SL.
Em uma das conversas que tive com Ellie (Escócia) sobre "casa" cheguei a conclusão que sou homeless, já que o Brasil não é minha casa e aqui ainda é um hotel acadêmico. Isso é um tanto quanto estranho. Não pertenço a nenhum grupo de amigos e não pertenço a nenhum lugar. Estou meio flutuando pelas chuvas costarricenses. Em meio a chuvas, calor e novidades, estou feliz. Flutuando, mas fazendo a coisa certa. Ainda vai rolar muita coisa nesse pequeno país na América Central.

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