terça-feira, 18 de março de 2014

Lembro e esqueço como foi o dia

     Discutia coisas triviais (ou não tão triviais assim, mas como não lembro o que, assumo que sejam triviais) em Cahuita #5 com Alice (Irlanda), Valeria (Espanha/Moldávia), Vitória (Brasil) e Vilde (Noruega), quando Chamas (Líbano) entrou no quarto e disse "Tim Tam Slam in 15 minutes. Room 9" e saiu. Lembrei do meu primeiro Slam e de que perdi o segundo. Enquanto Valéria e Alice falavam da diferença dos Slams do ano passado e desse ano, debatia em minha mente se deveria (ou queria) ir ou não. Acabei decidindo que sim. Passei em Hermosa para buscar Margot (Holanda), que já estava pronta pra ir. Passei cinco minutos arrastando convencendo a Lishu (China) a ir. 
     Cheguei na sala de E. Systems (conhecida como Room 9 ou meu lugar favorito no campus), sentei entre Chesca (Costa Rica/Inglaterra) e Amiya (Índia). Combinei com Kate (Nova Zelândia) e Amiya que, assim como no primeiro Slam, íamos juntos. O Slam seguiu como sempre. Não vou descrever o que acontece ou o por quê de acontecer, é algo que fica entre as grades do UWCCR. Enfim, coloquei para fora tudo que sentia e, estranhamente, comecei a me sentir melhor. Já era quase duas da manhã e, eventualmente, não resistia ao sono e dormia. Por sorte, ouvi a vez de Heankel (México, estudante do UWC-USA visitando o colégio) dizendo: "thanks for showing me how an UWC should be". Nunca me senti tão feliz, e deveras orgulhoso, por fazer parte do United World College Costa Rica. 
    Depois de duas horas, o Slam acabou. Abracei e agradeci Amanda (Espanha) e Chamas pelo perfect timing desse Slam. Paramos na frente da greenhouse e conversamos eu, Nikolaj (Alemanha), Amiya, Indi (Costa Rica) e Alison (Inglaterra), após um abraço coletivo que durou um certo minuto, decidimos ver as estrelas no roof, mas, enquanto ajudava Indi e Nicole (Suíça) a subirem no telhado, o guarda chegou e tivemos que abortar a missão. Me encontrei feliz e rindo quando, entusiasmada, Indi proclamava "Let's pee in the bush!" ou "Guys! Let's see the sunrise!". Paramos em frente ao Social Center, discutimos sobre a vida e as estrelas. Até que era hora de dormir.

Choose your weapon. Arm your weapon. Air check. 3. 2. 1. Slam.

terça-feira, 11 de março de 2014

Hobbys Yards, New South Wales

Noite de sábado. Pão de queijo. Wikipedia race. Cahuita. Piolho. Cabo de guerra. "Being a dick". Brasil. Família. 
Esse lugar tem me colocado à prova cada vez mais. Aguento meus malabarismos, mas não sei por quanto tempo.


Pensamentos e palavras soltas vindas de Montezuma common room.

sábado, 1 de março de 2014

¿Qué pasó?

Percebi que faz um tempo que não me/te atualizo sobre o que aconteceu no colégio. Enfim. 

JANEIRO

     Voltei da "Turtle trip" no domingo. Foi estranho ver o campus com gente. Abraços. Saudade matada (existe isso, produção?). Alguns vôos atrasados. E só na quarta-feira estávamos todos de volta. O semestre seguiu como de costume. Alguns trabalhos. Umas provas. Resultados de outros. Continuava estudando para o SAT. Tivemos a famosa Mal País Traffic Light Party, que, sobrecarregada de expectativa, acabou sendo legal, mas nada especial. Amarelo. Amarelo acompanhado de conflito no final da noite. Seguiam os ensaios do musical, se intensificando cada vez mais. O mesmo para os ensaios do TEDx. Fiz o SAT. Saí relativamente tranquilo. Não havia sido o bicho de sete cabeças que esperava, mas também não foi exatamente tranquilo. O sábado seguiu com um Tutor Group meeting na casa da Heidi (Trinidad & Tobago - professora de Economics e tutora), com comida boa e gente boa. Pausa para: passei na frente da casa da presidente da Costa Rica e o quão ridículo é o fato de que fiquei animado com isso. Tivemos o primeiro University Counseling meeting, o que triggered o desespero em achar uma boa universidade e o fato de que o futuro já não está tão distante assim. Como disse antes, me candidatei para vice-presidente do Student Council e, na terça-feira, durante o Community Meeting, rolaram os discursos dos candidatos. Estava super nervoso, dei umas pausas meio estranhas, mas enfim, fui. Durante a janta, tiveram as votações. Estava no ensaio do musical, quando chegou um email dizendo que eu e Khaled (Síria) havíamos sidos os eleitos para vice-presidente e presidente, respectivamente. Quinta, por fim, aconteceu o esperado TEDxUWCCR, um evento TED organizado por alunos do colégio. Umas talks muito boas, outras nem tanto, mas o evento foi super bem organizado e, no geral, com palestrantes muito bons! No mesmo dia, encontrei com a Mari (alumni do Li Po Chun) que veio representar o comitê brasileiro na reunião de comitês nacionais aqui no colégio. Mesma Mari que estava na ante-sala da minha entrevista e a responsável por acalmar e tirar todas as dúvidas da minha mãe :)

FEVEREIRO

     Durante a sexta-feira e sábado, como primeiro dever de vice-presidente, participei da reunião do conselho do UWCCR representando os alunos. Discutimos o Developing Plan do colégio, participação de ex-alunos no colégio, melhorias e a proposta de um modelo educacional. Na semana seguinte, aconteceu a LGBT Week, organizada por meus segundos anos Marcela e André e pelo Bertil (Dinamarca), dentre as atividades, rolou uma conversa com um ex-aluno do colégio, a cerimônia de erguer a bandeira do arco-íris, declarando o colégio uma safe-zone, mini palestras e uma festa. Essa também foi a última semana do segundo trimestre. Sábado fui no Life in Color, um festival de música eletrônica com muita, muita, muita tinta. Foi MUITO bom esquecer do stress do trimestre e sair do campus por um tempo. Por fim, uns dias depois, saíram os resultados do SAT. 1690. Não mal para a primeira vez, mas preciso melhorar bastante o resultado. Por fim, no fim do mês, tivemos a Service Week, onde, com um grupo de pessoas, fui pra uma reserva em Monteverde. Um lugar maravilhoso com vista para o vulcão e lago Arenal, onde construímos uma trilha e tivemos diversas atividades com relação a fauna e flora do lugar.

É isso, que venha Março.

Todo carnaval tem seu fim

     Sentamos no anfiteatro. Costas pressionadas contra a parede fria. Não nos olhávamos. Eu, em particular, observava o gato que, lá longe, no meio do gramado, inquietamente caçava algo. Ventava. Pensei mais uma vez o quão estúpido era que aquela camisa não tivesse botões na manga. Havia algo de inconclusivo na conversa de terça-feira. Havia também algo mais inconclusivo ainda na conversa de quinta-feira. Entre pedidos de desculpas, perguntas e expectativas, notei que usávamos o passado na hora de expressar o que éramos, ou melhor, fomos. A conversa não fluía. Falávamos, mas não saíamos do mesmo círculo. Pedi desculpas.  Ela me pediu um tempo pra entender tudo. Ficamos em silêncio por dez minutos. Me perguntou como estava. Fine. Me pediu pra explicar. Conversamos. Decidimos que já era muito tarde. Caminhou comigo até Montezuma. Good night. Good night