"Como esses primitivos que carregam por toda parte o maxilar inferior de seus mortos, assim te levo comigo, tarde de maio"
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
Night tales
Pés quentes. Chão frio. Sinto uma certa vontade deitar no gramado em frente ao anfiteatro e ouvir música. Ando, em passos vagarosos, o quadrado das residências. Apreciando o silêncio que domina, por algumas horas, o caos do campus. Penso em ir até Cahuita #8 roubar um cuddle. Troco um ou outro "hey" durante o caminho. Alemanha, Costa Rica, Iraque e China conversam do lado de fora do meu fone de ouvido. A imensidão azul do sofá de Montezuma me acolhe. "Não é por nada, mas você tá parecendo um zumbi". Uso meu pequeno essay de Visual Arts como desculpa para estar acordado até agora. Estou podre. Dormindo em pé. Mas aproveitei o momento de calmaria pra colocar meus pensamentos no lugar e perceber o quanto odeio e amo o silêncio que toma conta do campus. Penso em quão louco é isso que estou vivendo. Morar numa pequena cidade mil vezes menor que a minha anterior. Andar mais para sair do campus do que para ir até o supermercado. Ter dois roomies de lugares tão distintos. Tanta gente com histórias tão incríveis. Amo o silêncio porque me dá a solidão necessária, impossível de conseguir durante o dia, quando todos lugares do campus possuem gente. Me sinto uma pequena célula num metabolismo tão complexo e belo. Vou até Cahuita #5 buscar um abraço. Tomo juízo e percebo que é tarde demais para isso. Nem abro a porta. Volto pra Montezuma. Uma residência com uma vibe boa. O mais perto que tenho de "casa''. Respiro fundo. Termino o pequeno essay. Odeio esse lugar. Dou mais uma volta pelo quadrado. Amo esse lugar. Assim vou. Me adaptando. Camaleão noturno.
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