sábado, 1 de março de 2014

Todo carnaval tem seu fim

     Sentamos no anfiteatro. Costas pressionadas contra a parede fria. Não nos olhávamos. Eu, em particular, observava o gato que, lá longe, no meio do gramado, inquietamente caçava algo. Ventava. Pensei mais uma vez o quão estúpido era que aquela camisa não tivesse botões na manga. Havia algo de inconclusivo na conversa de terça-feira. Havia também algo mais inconclusivo ainda na conversa de quinta-feira. Entre pedidos de desculpas, perguntas e expectativas, notei que usávamos o passado na hora de expressar o que éramos, ou melhor, fomos. A conversa não fluía. Falávamos, mas não saíamos do mesmo círculo. Pedi desculpas.  Ela me pediu um tempo pra entender tudo. Ficamos em silêncio por dez minutos. Me perguntou como estava. Fine. Me pediu pra explicar. Conversamos. Decidimos que já era muito tarde. Caminhou comigo até Montezuma. Good night. Good night

Nenhum comentário:

Postar um comentário