domingo, 26 de janeiro de 2014

Sobre psicologia, felicidade, Doris e pequenas coisas

     Acordei meio atrasado. Faltavam uns oito minutos pra aula começar. Psychology HL. Ponderando tirar um sick-day, lembrei que tinha duas apresentações e uma atividade por entregar e me encontrei obrigado a ir. Nada na cafeteria me apetitou e segui caminhando para o último bloco das salas de aulas. Por algum golpe de sorte, cheguei junto com a professora e metade de sala ainda não estava lá. Sentei na minha cadeira de praxe e abri o computador. Esperava mais uma aula chata sobre cognitive processes, onde minha participação seria próxima de zero. Após duas horas de aula sobre human relationships, debates e matérias que realmente me interessaram, me encontrei feliz de, mesmo que obrigado, não tirei um sick-day. Math Studies foi como sempre. Já tinha feito a ficha então me distraí desenhando em meu caderno. Por sorte, Norman nos liberou de Teoria del Conocimiento e, como meus dois últimos blocos eram livres, fui estudar para o SAT. 
     Talvez foi o fato de que fazia um dia muito bonito ou de que minha manhã foi tranquila e muito pleasant (tem coisas que precisam ser em Inglês), mas o dia seguiu de uma forma que eu, honestamente, não esperava. As duas horas de Volleyball CAS foram muito boas e, depois de anos, foi extremamente bom jogar vôlei de novo. O dia melhorou quando, correndo, Taisala (Nova Zelândia/Hong Kong) chegou ao frisbee field pra dizer que o line-up completo do Life in Color (um festival que vai ter aqui) tinha saído e não era tão ruim como esperávamos. A notícia que de Calle 13 vem para a Costa Rica exatamente um dia depois da última prova dos primeiros anos parecia mentira. Passar um tempo em Cahuita foi outro ponto alto. Mesmo desistindo dos nossos planos de assistir um filme pra tirar o SAT da cabeça, eu e Amiya (Índia) conversamos e, juntos, trocamos expectativas, falamos de universidade e rimos bastante. Fui dormir cedo sem esforço. O dia foi tão pacífico que terminou comigo dizendo que, se as coisas estavam tão boas e calmas, coisas ruins estavam por vim e Sábado seria um desastre. Não foi.
      Acordei às seis da manhã, tomei um café-da-manhã com a Amiya na mesa entre Montezuma e Mal País. Me despedi de quem ia pro Hatchet. Fiz o SAT, que, surpreendentemente, não foi tão estressante mas também não deve ter me garantido uma nota muito boa. Visitei Heidi (minha tutora e professora de Economics) com o tutor group. Assisti o final ensaio do TEDx, o que só me deixou mais animado pra quinta-feira que vem. Por fim, de noite, fui com Amiya, Dilly (País de Gales), Robin (Holanda), Vitória (Brasil), Lucas (Inglaterra) e Sebastian (Costa Rica) para a Doris, um restaurante super chique duas quadras do colégio. Encontramos Vilde (Noruega), Becca (EUA) e Molly (EUA) e ficamos na área externa do restaurante, tomando uns bons drinks, comendo pão e uma sobremesa. Foi ali que percebi o quão bom meu fim de semana tinha sido. Não estávamos preocupados com academics, na verdade, não estávamos preocupados com nada. Sentamos e conversamos. Fizemos planos para o fim de semana que vem. Rimos. Rimos MUITO. Um copo quebrado, dois pães e alguns drinks depois, decidimos voltar pro campus. Fui até Cahuita #5 escrever meu discurso pra vice-presidente do Student Council (é, vou concorrer). Conversei e fui dormir. Intenso, cansativo e extremamente delicioso. Foi assim que pude definir sábado enquanto estava deitado na minha cama.
      Hoje não fiz nada. Procrastinei umas horas na cama. Almocei com Fabiha (Zâmbia) e Alison (Inglaterra), que tinham acabado de voltar do Hatchet, lavei minhas roupas, arrumei o quarto, fiquei de bobeira com a Amy (Canadá) e, por fim, sentei na mesa entre Cahuita e a administração com Margot (Holanda), Clara (Chile/Holanda), Eleanor (Holanda) e Vitória pra esperar a chegada da nova aluna que vem do UWC Mostar, Chiara (Austria). Certos incidentes que renderam boas risadas e meia hora de espera, mas ela chegou. Mostramos o campus, tive reunião do Set Design do musical, meu ensaio do mesmo musical foi cancelado e daqui a pouco vou ter um momento brasileiro com direito a pão de queijo e cookie. 
     Trivial e até mesmo besta podem descrever esse fim de semana. Peço desculpas se você, leitor(a) esperava um post significativo sobre como UWCCR está me mudando e como eu estou vivendo mil aventuras. Essas 72 horas tiveram um significado tão pessoal e delicioso que precisei escrever aqui. Não quero e não pretendo esquecer esse fim de semana que, para mim, valeu mais que um mês inteiro. O que faz uma memória UWC não são a grandes coisas, mas sim as pequenas que a formam. Um jantar, uma aula, um jogo de vôlei e notícias boas foram o suficiente para fazer esse brasileiro magrelo feliz. Muito feliz.

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