Fechei o facebook. Peguei os fones de ouvido e o iPod e fui em direção à porta. Prestes a sair, notei que não tinha bateria. "Merda". Coloquei-o pra carregar. Ainda assim, resolvi sair munido com os fones de ouvido. Meu entra-e-sai do quarto acordou a colega de quarto, que, num momento confortante, nostálgico e apreciável, dormia, emaranhada entre os lençóis, com o colega de quarto. Alguns passos e Marcela. Uma conversa sem palavras. Seguimos nosso rumo. Fiz um desvio pelo caminho do anfiteatro. Ignorei uma pergunta feita a mim devido aos fones de ouvido que ecoavam silêncio e encontrei a cafeteria acessa com o night snack. Roubei alguns biscoitos e continuei pelo caminho. Algumas voltas silenciosas (fora de minha cabeça, ao menos) até que julguei que o iPod teria bateria suficiente. Mais algumas voltas. Deitei na mesa de pedra gelada e úmida entre Mal País e Montezuma. Olhei as poucas estrelas que superavam a luz do poste. Finalmente encontrei silêncio. Dentro e fora de mim. Um pequeno sinal de paz em meses de guerra.
"Como esses primitivos que carregam por toda parte o maxilar inferior de seus mortos, assim te levo comigo, tarde de maio"
quarta-feira, 30 de abril de 2014
segunda-feira, 28 de abril de 2014
Tudo parece... extraño. Me extraño. Te extraño.
Tudo parece... estranho. Os sentimentos de despedida se confundem com os de ausência. Minha insistência em celebrar sua vida ao invés de notar sua falta se torna, muitas vezes, falha e cansativa. Sua vida está espalhada pelo campus, em cada um dos sorrisos, nos sinos de vento em sua árvore, nas flores de giz e em sua nova árvore, mas assim está sua ausência. Nos gritos que, de longe, ecoam tão altos que não há por onde (ou para onde) correr e no vento frio que arrepiava minha nuca. Mas também no silêncio, tão alto quanto todos os gritos e choros. Não menos pior.
Ainda não sei como me sentir sobre a chegada da estação chuvosa. Parece algo tão trivial: ou chove ou não chove. Isso é o clima da Costa Rica. Mas algo sobre os gramados secos e a falta de vida no campus pede pela chuva. Nem que por apenas um mês.
"Are you ok?"
"Honestly, no"
"I noticed you've been sad for the past days"
"Well, I've been sad for the past two months"
Ainda não sei como me sentir sobre a chegada da estação chuvosa. Parece algo tão trivial: ou chove ou não chove. Isso é o clima da Costa Rica. Mas algo sobre os gramados secos e a falta de vida no campus pede pela chuva. Nem que por apenas um mês.
"Are you ok?"
"Honestly, no"
"I noticed you've been sad for the past days"
"Well, I've been sad for the past two months"
sábado, 19 de abril de 2014
Blue skies from pain
Depois de meses sem chuva, nuvens se formavam e uma garoa ponderava cair. Caminhava em passos rápidos, tentando equilibrar as peças de arte e meu computador em uma mão. Parei em frente de sua árvore, justamente quando começou a ventar. Coloquei minhas coisas no chão e deitei no banco de cimento. Sentia a garoa caindo em meu rosto e o vento passando pela minha recém-raspada cabeça. Lhe perguntei algo, não houve resposta. Havia o vento e o barulho dos sinos-de-vento, caneca e pedaços de vidro que, pendurados na árvore, respondiam por ele. Sorri. Levantei e continuei caminhando. De alguma forma, ele ainda está aqui.
sexta-feira, 4 de abril de 2014
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